Nuno Ferreira: “A paixão pela área acabou sempre por vingar”

Nuno Ferreira: “A paixão pela área acabou sempre por vingar”

Em 1999, Nuno Ferreira frequentava o Ensino Superior e, já nessa altura, começou a acompanhar ocasionalmente um amigo de infância que já trabalhava no setor.

“No início, tratava‑se apenas de uma ajuda, mas, rapidamente, a vertente mais técnica tomou preponderância. As viagens, o companheirismo, a possibilidade de conhecer locais inacessíveis à realidade da altura, todos esses fatores levaram a um rápido encantamento pela produção técnica de eventos”, conta o Business Unit Manager da RXF.

Nuno Ferreira já soma mais de 20 anos de experiência nesta área e, pelo caminho e nas diversas etapas, encontrou motivações diferentes em momentos diferentes. “Passei, obviamente, pela motivação do desafio técnico diferenciado na tipologia dos eventos. Mais tarde, a minha motivação centrou‑se na polivalência de funções, tentando que a coordenação e as minhas capacidades técnicas conseguissem estar em harmonia. Hoje em dia, o principal foco é trabalhar para ter a estrutura absolutamente otimizada, dividir o foco nos clientes e na operacionalização das equipas”, explica.

Do que mais gosta nesta atividade é da “possibilidade que temos em ver materializada determinada ideia num relativo curto período de tempo e do impacto que essa mesma ideia, associada ao desempenho de uma equipa técnica, causa nos clientes e na audiência”. Mas inerente a todos neste setor de atividade estão “as necessidades de resiliência e muita dedicação horária” e essa exigência horária deu, ocasionalmente, que pensar… “No entanto, a paixão pela área acabou sempre por vingar. Considerar isso como uma característica, e não como um defeito, torna tudo mais simples.”

Além disso, acrescenta Nuno Ferreira, “apesar das imensas lutas e do esforço que todos nós fazemos em dar a conhecer melhor o que faz, de facto, a nossa área de atividade, continuo a não gostar do estigma que, muitas vezes, ainda recai sobre nós: ‘os senhores dos audiovisuais que vão montar o equipamento’...A combatividade do nosso setor, nesta altura da Covid, foi o melhor reflexo disso, a pouca sensibilidade para a geral perceção de qual é o nosso real papel de atuação na sociedade”.

 
 

Uma coleção de memórias

Vinte anos de atividade somam inúmeros eventos no currículo e muitos foram os que marcaram a vida e a memória de Nuno Ferreira, e todos por diferentes características. O Business Unit Manager da RXF destaca “as primeiras produções em espaços emblemáticos, como Altice Arena, Coliseu ou Casa da Música, pelo que isso refletiu de realização pessoal e em dinâmica de equipa”.

Mas há mais eventos marcantes. “Recordo também os ‘60 Anos da RTP’, pelo desafio técnico e pela exposição mediática na altura. Mais recentemente, este sentido de realização já aconteceu várias vezes...Adaptações de eventos que fazíamos há décadas, reinventá‑los e transportá‑los para vertentes digitais com excelentes reconhecimentos e parabenizações por parte dos clientes. Faz‑nos sentir que, apesar das dificuldades, as nossas ações e reações foram extremamente válidas e permitiram‑nos manter a vitalidade que sempre nos caracterizou”, frisa.

Outra memória que ressalta recua até 2017 e a uma “semana de loucos”, durante a qual, “entre pedidos maiores e menores, tivemos quase 100 eventos”. Nuno Ferreira sublinha que esse “foi um desafio logístico que nos deu um gozo tremendo” e que “são estes momentos de superação que nos preparam para desafios maiores e com passos ainda mais sólidos”.

Na área dos eventos, há imprevistos, há coisas que nem sempre correm bem ou conforme o planeado. “Estando assentes numa vertente técnica e, consequentemente, da performance de equipamento, certamente que todos nós já passámos por algumas situações mais tensas”, começa por referir, quando desafiado a contar um episódio. “Felizmente, foram raros os casos onde existiu um problema visível, mas lembro‑me da carga de ter que pedir ao cliente para retirar a audiência da sala, para que pudéssemos intervir de acordo e podermos prosseguir com o evento. A sina da produção técnica, onde os problemas, a acontecerem, só se manifestam após os ensaios com sucesso…”, adianta Nuno Ferreira.

E a fechar, no capítulo dos momentos hilariantes, o Business Unit Manager da RXF lembra que são tantos, “que dariam para escrever uma coleção de memórias”. Nela estariam vários episódios, “desde rasgar as calças do fato antes do início do evento e ter de assumir um casaco de um colega que tem quase dois metros de altura… Tinha mangas quase até aos joelhos”. Ou então, “uma caricata troca de salas de apoio, que levou toda a nossa equipa técnica envolvida num ensaio de uma gala de prémios a jantar o cardápio pensado para os artistas”, recorda Nuno Ferreira.

 

Publicado por: Event Point

Anterior
Anterior

RXF reforça-se a pensar em 2022

Próximo
Próximo

Grupo RXF: “Temos já em carteira alguns eventos internacionais fora de Portugal”